quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Gabriel Vendramini remando para sua Lighthouse no cenário independente!

  Após um período procurando uma forma de dar um UP no JIS e em seus formatos (blog/canal/podcast) recebi uma mensagem de um músico independente pedindo espaço nesta singela página. Resolvi entender isso como um sinal do Universo de que a hora de abraçar novas coisas havia chegado e aceitei o desafio. O que segue é a primeira entrevista feita para este blog, por esse amante da música que vos escreve!
 
  Gabriel Vendramini é um músico paulista que acaba de lançar seu segundo álbum. Bati alguns bons papos com ele via Whatsapp até finalmente criar as perguntas para que vocês possam conhecer mais sobre seu novo trabalho intitulado "Lighthouse". O álbum tem uma sonoridade bem gostosa, bom de ouvir num rolê pela cidade, na academia, ou em casa com os amigos - já testei e aprovei!- Mas sobre álbum  eu falarei em outro post.
 
  Bora para a entrevista. Lembrando que os links e datas de shows estão logo após as perguntas!


Fala um pouco sobre você.O que ou quem te fez gostar de música?Desde quando toca?
Eu sou Gabriel Vendramini, nascido e criado em Mogi das Cruzes/SP. Sobrevivi aos 27 com êxito e passei dos 30 ano passado.
Minhas primeiras lembranças estão relacionadas à música. Lembro de, muito pequeno, meus pais colocarem para tocar Queen em casa. Na adolescência (15/16 anos) descobri o punk rock (Misfits, Dead Kennedys, Voodoo Glow Skulls), ganhei minha primeira guitarra e, desde então, nunca mais parei.

Você começou sua carreira tocando covers, certo?! O que você mais gostava de tocar?
Quais são suas principais referências?
Exatamente! Tudo começou com uma banda que montei com os amigos lá em Mogi onde tocávamos Misfits, Ramones, Adicts. Era bom demais!
Além do punk rock, eu sempre gostei muito de guitarra solo. Eu ficava trancado no quarto a tarde inteira tentando dissecar nota por nota os solos do Gary Moore nos discos do Thin Lizzy.

Seu primeiro álbum ,” Brick By Brick”, foi lançado em 2016. Quais são as principais diferenças entre ele e o seu segundo álbum, “Lighthouse” ?
Eu brinco dizendo que o "Brick By Brick" foi um TCC de vida que eu sentia a necessidade de lançar antes de completar 30 anos. Compilei algumas músicas que já vinha trabalhando há alguns anos num disco e disseminei entre os amigos. Eu nunca imaginei que tomaria a proporção de hoje, onde tenho uma banda tocando meus sons e lugares onde algumas pessoas aparecem para nos assistir.
No caso do "Lighthouse", o disco saiu pelos poros. Ele marca este momento de transição do primeiro cd, que era algo despretensioso, para algo já mais direcionado: um disco para ser tocado ao vivo.

O que te inspirou durante o processo de criação de “Lighthouse”?
Sempre gostei muito de faixas "faladas". Usei um pouco disso nas composições do Lighthouse (A Crowd Of Fools, Lighthouse Theme, Choir Of Love). 
Dei uma contida nos solos de guitarra, tentei criar atmosferas pro ouvinte imersar no disco (You Will See, Safe, Thomas Crapper).
E, visualizando a conexão com o público, compus algumas faixas para as pessoas pogarem/cantarem (In A Rush, Can't Decide, Spiders On The Ceiling).
Fui inspirado pelo momento em que a música autoral independente passa no Brasil/mundo. O farol simboliza a busca por uma esperança quando estamos (enquanto bandas) navegando rumo ao desconhecido.

Hoje, não existe mais aquela obrigatoriedade de lançar um álbum físico e muita gente consome música através de serviços de streaming. O que você acha disso? Tem alguma preferência entre físico ou música digital?
Eu cresci comprando cd na lojinha do shopping de Mogi. Juntava dinheiro para pegar o trem até a galeria do rock. Sempre gostei muito da mídia física e, apesar de hoje utilizar muito as plataformas de streaming, acredito que ambas esferas coexistam com suas devidas importâncias.
Tenho certeza de que o fã de música ainda vai atrás da mídia física. Digo por experiência própria, pois, sigo comprando os cds das bandas que gosto.

Acha que, nos tempos atuais, é crucial assinar com uma gravadora para ser bem sucedido em larga escala?
Para ser bem sincero, eu não faço ideia de como corre o algoritmo do sucesso nos tempos atuais. O acesso muito fácil à informação (seja ela boa ou sem menor conteúdo) está matando a curiosidade no geral das pessoas (não vou tendenciar nenhuma faixa etária) para consumirem novidades.
Te desafio a listar 10 discos lançados nos últimos 3 anos (banda grande ou pequena) que você saiba cantar faixa por faixa.
Proponho agora outro desafio: você deixar de cantar (com todas as suas forças) 10 refrões de músicas virais (independente do gênero musical) lançadas no semestre passado.




Quem fez a capa de “Lighthouse”?
A ilustradora Danielle Pioli. O trabalho dela é maravilhoso, deixa os links para o pessoal conhecer!

Qual é o céu e o inferno de ser 100% independente?
Vou começar pelo inferno: a escassez da abertura de portas (e ouvidos) para as bandas novas, as condições impostas por certos lugares/produtoras que abrem as portas e a falta de respeito/simpatia entre as bandas que estão no mesmo patamar (eu ia escrever na mesma merda).
O céu é a oportunidade de levar teu som, feito com garra e muito carinho, para 1, 10 ou 50 pessoas. É o lugar/organizador que respeita o músico. As boas amizades que você faz no meio independente.

E como faz pra galera conferir teu trampo ao vivo , digo, shows?
Minhas mídias sociais são muito bem atualizadas, prezo bastante por isso! Tanto o Instagram quanto o Facebook sempre tem a agenda atualizada.

Alguma consideração final?
Não tenham medo de falhar sendo vocês mesmos! Não esperem os outros para darem início aos seus sonhos. Tomem bastante água.

Curtiu? No próximo Domingo(13/01) Gabriel fará um som na Avenida Paulista a partir das 10horas da manhã.

Pra conhecer o som do Gabriel, seguem links das redes sociais dele

Spotify do Gabriel Vendramini
Facebook: https://www.facebook.com/gabvendramini/
Instagram: @gabvendramini

Por hoje é isso, VIVA A MÚSICA!

Texto/Extrevista por Leandro de Lima Vilela
Revisão por Emílio Sá